Democratização da moda - Tudo de bom e muito mais...


A moda pode ser democrática? "Apenas 25% da população mundial é magra. ... Rosane Gofman no início da conversa sobre seu projeto de Democratização da moda. ...
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 A moda pode ser democrática?

"Apenas 25% da população mundial é magra. Os outros 75% estão fora dos padrões mostrados em passarelas e editoriais", reclama a atriz Rosane Gofman no início da conversa sobre seu projeto de Democratização da moda. Na sexta, dia 11 de setembro (oitavo aniversário do ataque às Torres Gêmeas, no World Trade Center, ou dia do último capítulo da novela Caminho das Índias, em que Rosane vivia a secretária Walquíria) ela estava no Vitória Moda Show para lançar seu manifesto. 

Ao lado da estilista Terezinha Ferreira vem pesquisando a insatisfação das brasileiras com o guarda-roupa através de pesquisas informais e dos dados fornecidos pelos endocrinologistas que fazem parte da Associação Brasileira para estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). "Não é uma apologia à gordura. Trata-se de liberar a mulher para gostar do seu corpo saudável. Chegamos à conclusão que nenhuma garota que veste um manequim maior que o 46 cabe nas tendências", observa Rosane. A partir dessa numeração, diz, sobram as lojas para gordinhas. "Em geral, os modelos oferecidos não podem ser classificados de interessantes".

Ela mesma uma mulher grande, em altura e peso, diz que só aprendeu lições para valorizar o corpo porque conta com o eficiente time de figurinistas da Rede Globo. "Quem não tem acesso aos experts fica se achando péssima. Isso precisa acabar". Em novembro, além de lançar a sua própria grife, ela organiza nas ruas do Leblon, no Rio, uma semana de moda focada nas cheinhas. "A ideia de democracia é total. Por isso, nada de apresentar os lançamentos em salas fechadas com acesso restrito. Nossa discussão vai acontecer com o povo participando. Queremos dizer que a beleza que é para copiar, das lojas, é uma maldade", critica a atriz.

Segundo Rosane, seu projeto não implica na exclusão das magricelas com a chegada do império das gordinhas. "Nosso conceito é de inclusão. Não quero ver mulheres que já passaram dos 40 neuróticas em caber na calça 38. Elas precisam ter consciência que os hormônios decaem e fica mais difícil lutar contra a balança". Rosane está com 51 anos e se elege como modelo ideal para a campanha. "Adoro moda, freqüento as semanas de coleções. Mas o dado importante mesmo é que nunca deixei minha auto-estima cair por não caber na maioria das peças. Me acho sensual e tenho um marido lindíssimo para comprovar meu discurso", diverte-se.