Esta publicação faz parte da minha participação na blogagem coletiva Amor aos Pedaços.
Foi assim...
Hoje sinto a necessidade de falar sobre a minha mãe Helena. Uma pessoa criada na roça, casou com dezesseis anos, com um pretendente imposto pelos seus pais, mudou muito de casa, bairros e cidades. Batalhou no decorrer de sua vida lá pelo interior de Minas Gerais e lá pelas tantas de seus anos de vida foi morar no Rio de Janeiro.
Esqueci de dizer que minha mãe era uma pessoa muito religiosa.
Quando éramos pequenos sempre íamos à igreja. Todos bem arrumadinhos e lá estávamos nós naquele banco enorme. Sem dar um pio. Só escutando aquele longo (e bota longo nisso) o sermão do padre.
Quando crescemos, cada um seguiu seu rumo e íamos a igreja quando bem entendéssemos. Só a Dona Helena que ia sempre. Quer dizer, quase todos os dias, pois ela ajudava e costurava para pessoas carentes e bazares e fazia parte de uma congregação. Ela tinha diversos amigos. Eles viajavam e sempre festejavam algum momento especial. Era uma união bacana mesmo.
Pois bem... Minha mãe cuidava da sua pressão arterial... Eu morava em Natal/RN e ela com a minha irmã no RJ.
Um certo domingo liguei para ela, como de costume e falamos, rimos e trocamos figurinhas. Éramos amigas... Somos...
A tarde recebi uma ligação...Minha irmã... "A mamãe desmaiou e foi internada..." Uau!!! Fiquei sem chão... Sem referências... Sei lá...
Concluindo esse momento...Ela teve aneurisma cerebral e teve que fazer duas cirurgias. Há mais ou menos dez anos ela está em cima de uma cama. O seu lado esquerdo ficou bem paralisado...Ela sempre esteve muito lúcida para perceber tudo que acontece a sua volta.
DESENCANTO: Com a igreja... Com as pessoas que faziam parte daquela congregação... Com o padre daquela paróquia.... Com os amigos que estavam sempre dispostos a fazer tantas coisas juntos. Com aqueles outros amigos que, quando precisavam a chamavam de vó e deixavam seus filhos para que ela cuidasse um pouquinho...
AONDE ELES FORAM PARAR NO MOMENTO EM QUE ELA MAIS PRECISAVA DE APOIO? DE UMA HÓSTIA? (QUE ELA FAZIA TANTA QUESTÃO DE COMUNGAR). DE UMA PALAVRA DE CONFORTO? DE ALGUÉM PARA ESTENDER A MÃO, ASSIM COMO ELA FEZ MUITAS E MUITAS VEZES?
Sei que não devemos fazer nada pensando em receber algo em troca, mas acho bacana estender a mão para alguém que nos ajudou tantas e tantas vezes, não acha?
Não perdi a minha fé, não é isso, apenas esperava mais das pessoas que por muitas vezes estavam presentes na vida de uma linda pessoa. Somente isso.